Papai Noel
Mais uma vez é dezembro. Repetir-se-ão as cerimônias da irracionalidade e da falta de conhecimento espiritual como um todo. O culto racional é aquele que se encontra de acordo com os fundamentos estabelecidos na Palavra de Deus (Rm 12:1-2). Há muitos grupos cristãos cujas práticas são estranhas àquilo que a Bíblia ensina. Em alguns deles, Cristo está do lado de fora (Cf. Ap 3:20; Rm 12:1). Devemos ser prudentes para que não sejamos contados entre eles. É preciso estudar a Bíblia com o propósito de oferecer um culto cada vez mais agradável ao Senhor (Fp 3:12-16) A falta desse estudo nos leva à prática de um culto qualquer, falando-se a respeito de um Cristo estranho ao da Bíblia. É de destacar que somente a Palavra de Deus pode dar-nos as informações confiáveis a respeito do Senhor Jesus. Por isso ele mesmo diz: “Examinais as Escrituras [...], porque são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5:39). E complementa àqueles que assim não procedem: “Errais, não conhecendo as Escrituras” (Mt 22:29).
Não tenho dúvidas que Papai Noel, como de costume, será o tema central dos festejos natalinos, em lugar daquele cujo nascimento terreno se pretende comemorar. O mito tomará o lugar do verdadeiro. Que triste paradoxo! Papai Noel, aquele que nunca existiu de verdade, tem se tornado o sonho e a esperança de grandes multidões, mesmo se sabendo que ele não passa de uma ilusão e de uma fantasia. Jesus é deixado de lado.
Há quem pense que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Que os crentes não estão cultuando Papai Noel, mas o Senhor Jesus. Não olvido disso. Todavia, é de se destacar que é com esse raciocínio que se têm dado lugar para muitas das práticas heréticas dos cristãos modernos. Em relação ao Natal, ao dia 25 de dezembro, ao Papai Noel e ao nascimento de Jesus, por exemplo, existem as seguintes relações:
1) A data de 25 de dezembro era considerada na cultura dos Bálcãs, o dia do nascimento de Fírgias, o deus-sol, o qual era então festejado por eles.
2) Na mesma ocasião, dava-se o solstício de inverno no hemisfério norte, marcando, em tese, o fim do inverno e o começo da Primavera. Os dias já não seriam tão frios e haveria a possibilidade de sair de casa, preparar a terra, plantar e colher. Em função disso, os romanos celebravam um festival em homenagem a Saturno (deus da Agricultura), caracterizado pela alegria e por uma troca de presentes que o momento propiciava.
3) A igreja cristã não permitia que seus adeptos participassem da saturnália até o século quarto da nossa era. A partir de então, com a oficialização da Igreja Cristã, como a Igreja do Império, fez-se a adequação, passando-se a comemorar a Festa da Natividade também em 25 de dezembro. Enquanto os gregos celebravam Fírdias, os romanos não-cristãos celebravam a saturnália, os cristãos celebravam o nascimento de Jesus. Aproveitava-se a mesma data, mas com propósitos diferentes.
4) Já o Papai Noel, também conhecido como Santa Claus, Pai Natal, entre outros nomes, foi uma criação inspirada em Nicolau Taumaturgo, Arcebispo de Mira (Turquia), o qual teria nascido em 280 d.C. Conta-se que era um homem de bom coração, que costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Em virtude de vários milagres a ele atribuídos, foi transformado pela Igreja em “São Nicolau”. Em francês, Noel significa Natal. O Papai Noel seria o Papai Natal.
Do ponto de vista bíblico, não existe nenhuma fundamentação para a criação desse personagem. A respeito do Pai, nosso livro sagrado nos diz: “a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus” (Mt 23:9). Nosso entendimento é que os cristãos verdadeiros não devem misturar as coisas. É verdade que Jesus veio ao mundo para salvar a todos. Mas também é verdade que esse nascimento somente tem um efeito positivo para aqueles que o recebem como seu Senhor e Salvador. Para esses tais, o nascimento dele tem um significado muito forte e justificaria a comemoração, a qual poderia ser feita durante todos ou em quaisquer dos dias do ano. Não haveria a necessidade de misturar as coisas, principalmente porque não existe comunhão entre pagãos e cristãos, entre a luz e as trevas (2 Co 6:14). O Sol da Justiça brilha sobre todos, mas nem todos se aproveitam dessa luz da forma mais adequada. (Ml 4:2; M5 5:45).
No caso particular do Papai Noel, entendemos que a sua inclusão na vida do crente está vedada pela Palavra de Deus. Em Ex 20:2-6 está registrada a proibição: “Eu sou o Senhor teu Deus [...]. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso [...] e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos”. E o Novo Testamento confirma que amar ao Senhor de todo o coração é o grande mandamento (Mt 22:37). Em outras palavras. Não temos a necessidade de um Papai Noel para intermediar a nossa bondade para com o nosso próximo. “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 5:1).
É verdade que “todas as coisas são lícitas para o crente”, mas também é verdade que “nem todas convêm” e que ele não deve se deixar “dominar por nenhuma delas” (1 Co 6:12). Alguns crentes de pouca instrução podem dizer que “não há nenhum mal em celebrar o Natal ou em cultuar o Papai Noel, cantando suas canções, colocando sua imagem em suas casas, etc.. Mas a verdade é que existe um mal, sim. Fazer a imagem e usá-la é proibição de Deus; é seu mandamento confirmado à igreja. Ele entende que isso é uma forma de desviar o nosso amor DELE e, por isso, veda expressamente.
Por outro lado, é de destacar que a CEIA DE NATAL preparada especialmente para esse dia, está vedada expressamente em At 15:29, onde se orienta os gentios para que se “abstenham das coisas sacrificadas a ídolos”. Podemos comer de tudo, mas devemos observar em que espírito se come (Cf. 1 Co 10:23-31). Se o comer é para celebrar esse Natal originado da Saturnália dos romanos, das homenagens ao deus-sol Fírgias ou ao bispo Nicolau, então temos que ser mais prudentes, pois esse é um fundamento idólatra (Is 52:13; Ef 1:8).
Em suma, o grande problema de toda essa história do Natal e de Papai Noel é a origem de tudo isso. Tratam-se de criações humanas. É evidente que todo aquele que é nascido de Deus, que tem Jesus como seu Senhor e Salvador e que tem o Espírito Santo habitando em seu ser, jamais trocará essa esperança verdadeira que conduz à felicidade e à vida eterna pelas ilusões dessa “Noite Feliz” e desse “Feliz Dia de Natal”. Nós não temos que ser semelhante às nações. Não precisamos de um dia especial para comemorar o nascimento do nosso Salvador, mesmo porque esse nascimento tem um significado particular e não coletivo. Jesus nasce para o indivíduo e não para a humanidade. Aqui está presente uma tentativa melosa do maligno de tentar confundir a verdade das Escrituras e nós não devemos cair na armadilha.Com toda certeza, podemos deixar a nossa comemoração para outro dia, até mesmo porque o nosso “Deus não é de confusão e sim de paz” (1 Co 14:33).
A gargalhada de Papai Noel não deve ecoar nos lares cristãos. Em seu lugar devemos cantar “Glória, glória, aleluia, o Cristo voltará!” Ao invés de nos ocuparmos com essas histórias heréticas produzidas pela idolatria humana, que ocupemos o nosso pensamento com “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”, mas que seja realmente virtutuoso, ou seja, que esteja fundamentado na Palavra de Deus, conforme a orientação paulina de Fp 4:8.
Essa é a esperança que alimenta a nossa vida. Que Deus nos abençoe!
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*Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igeja Neotestamentária de Poxoréu, MT.
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 28/07/2008