Fim de ano: 1998
Sentimos alegres por estarmos mais uma vez usando este espaço, para meditarmos nas profundezas do amor de Deus por nós, na Sua infinita bondade e misericórdia, a qual, nós sabemos, "dura para sempre" (Sl 100:5). Esse foi um ano muito bom, para uns e muito difícil, para outros. Isso é natural. A diversidade de situações é necessária. A esse respeito, gostaria de meditar novamente em Jó 4:2-5.
Jó foi o maior entre todos os homens do Oriente (Jó 1:1-3). Sua riqueza era imensa. Ele, sem dúvida alguma, era um homem muito feliz. Era "homem íntegro, reto e temente a Deus" nas palavras do próprio Senhor do Universo (Jó 1:8). Mas, como nos afirma o apóstolo Pedro em 1 Pe 5:8, o diabo persegue as pessoas que desejam ter uma vida agradável aos olhos de Deus. Ele quer nos ver longe de Deus. É por isso que Pedro nos diz: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar". E Jó foi alvo de Satanás. Quando Deus elogiou ao seu servo Jó, destacando a sua integridade, retidão e o temor a Deus que ele possuía, Satanás alegou que todas essas virtudes de Jó se prendiam ao fato de que Deus havia lhe cercado de muitos cuidados, de bens e riquezas, mas que sw ele perdesse toda a sua grande fortuna, com certeza, ele não seria fiel. Então Deus permitiu a Satanás que estendesse a mão contra tudo o que Jó possuía, respeitando apenas a sua vida. E Satanás assim o fez. E Jó ficou sem a sua fortuna, sem os seus filhos, sem as suas fazendas, sem o seu gado, sem os seus servos. Jó ficou apenas com a mulher, mas mesmo sem ter nada, mesmo perdendo tudo, Jó não pecou contra Deus. É o que nos diz Jó 1:22. Ali lemos: "Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma". Que maravilha! Mas Satanás não se deu por satisfeito e continuou tentando a Deus e dizendo-lhe que Jó permanecera fiel porque era sadio, mas que se fosse atacado de moléstias em sua carne e em seus ossos, ele fraquejaria e blasfemaria contra Deus. E por causa dessa acusação, Deus permitiu mais uma vez que Jó fosse provado. E ele foi ferido por Satanás. Jó 2:7 nos diz: "Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça". E então Jó conheceu o sofrimento, de uma forma incomparável. Com certeza ele lamentou a sua miséria, o seu estado, o seu sofrimento e a sua situação, mas ele não blasfemou contra Deus, conforme se lê em Jó 2:10. Que maravilha a decisão firme desse homem de Deus!
E estando Jó sozinho, veio ter com ele três de seus amigos e ali ficaram em sua companhia sete dias e sete noites, sem lhe dizer qualquer palavra, porque viam que a dor de Jó era muito grande. (Jó 2:13). E ali ouviram o lamento de Jó sobre o seu estado e Elifaz, um dos amigos, não agüentou e fez a Jó aquelas perguntas que lemos no princípio em Jó 4:2-5. Jó havia consolado e encaminhado muitas pessoas fracas e trôpegas e agora que ele se encontrava na mesma situação que dantes se encontravam aqueles a quem ele ajudara, ele se recusava a ser ajudado? Elifaz questionava exatamente isso.
Todas as pessoas gostam de ajudar; todos gostam de dar conselhos, de encaminhar as pessoas no bom caminho, de fazer o bem. E que bom que nós realmente tenhamos essa boa vontade de ajudar aos nossos semelhantes, porque isso é muito positivo. Mas o que nós queremos refletir é sobre a situação inversa. Nós gostamos de ajudar, mas não de ser ajudados, não de ser encaminhados, não de ser socorridos. Nós somos duros na queda para admitir que somos fracos, que estamos errados, que somos carentes, que somos viciados, que somos alcoólatras, que somos doentes, que somos pobres, que estamos na pior, que não temos nada, que somos pecadores e coisas semelhantes. Mesmo aquele homem elogiado por Deus, nosso irmão Jó, mesmo ele não queria ser consolado, não queria ser socorrido, não queria ser ajudado por seus semelhantes. E essa é realmente uma situação das mais tristes. Quantas pessoas tem morrido porque não quiseram ser ajudadas!
Em Lucas 16:19-31 nós temos registrada a história de Lázaro e de um homem rico. E a história conta que Lázaro era um mendigo coberto de chagas que vivia à porta da casa do rico, onde os cães vinham lamber-lhe as feridas. E no seu sofrimento e na sua fome, Lázaro desejava comer das migalhas que caíam da mesa daquele homem rico. Um dia, ambos morreram. Enquanto Lázaro foi para o seio de Abraão para ser consolado, o rico foi para o inferno a fim de ser atormentado. Essa é a parte introdutória dessa história, mas o que desejamos enfatizar são as palavras que o homem rico pronuncia quando está no inferno. Ele se lembra de sua família que ainda vivia. Aquele homem tinha cinco irmãos e ele não queria que eles também fossem parar no inferno. Ele pedia a Abraão que ressuscitasse Lázaro e o enviasse à sua casa paterna, para que ele falasse com seus irmãos, para que orientasse-os, a fim de que eles se arrependessem. O pedido, naturalmente, foi negado. Abraão disse-lhe que a ressurreição de Lázaro estava fora de cogitação. Se os parentes dele quisessem se arrepender, se quisessem ser orientados e ajudados, certamente eles aceitariam a orientação e a ajuda dos profetas. Vale lembrar que Lázaro esteve o tempo todo à porta da casa daquele homem, sem merecer-lhe qualquer atenção. Será que seria diferente com os seus irmãos?
Eu gosto muito da pergunta que Jesus fez ao paralítico de Betesda, em Jo 5:6: "Queres ser curado?"
Betesda era o nome de um tanque de água que havia em Jerusalém, junto à porta das ovelhas. Segundo se contava, de tempo em tempo, um anjo descia até ali e agitava as suas águas. E quando isso acontecia, a primeira pessoa que entrasse no tanque, sarava de qualquer doença que tivesse. E por causa disso, uma grande multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos se aglomerava ali, esperando uma oportunidade de conseguir a cura. Entre essa multidão, estava um homem enfermo a trinta e oito anos e que, com certeza, também esperava a cura. Foi com esse homem que Jesus conversou ao chegar em Jerusalém. E Jesus lhe pergunta à guisa de cumprimento: "Queres ser curado?". Então aquele homem expõe o seu drama, a sua incompetência, a sua necessidade. Ele desejava ser curado, com certeza, e para isso estava ali, mas ele não tinha ninguém que o colocasse no tanque quando da agitação das águas. Ele era uma pessoa que precisava muito de ser ajudada. E foi ao reconhecer a sua insuficiência que aquele homem alcançou o coração de Jesus. E Jesus o ajudou; ele lhe disse: "Levanta-te, toma o teu leito e anda". E o homem, imediatamente, ficou curado.
Eu creio que esses fatos bíblicos já sejam o suficiente para que possamos finalizar a nossa reflexão de fim de ano. Durante todo este ano estivemos falando de Jesus, na Igreja, na rua, na Internet e pessoalmente. Estivemos falando de como Jesus tem o desejo de entrar em nossos corações, para nos ajudar, para nos socorrer, para nos salvar. E graças a Deus que houve pessoas que ouviram as orientações e se entregaram a Jesus e foram salvas por ele. Graças a Deus por essas pessoas! Certamente que hoje elas são muito mais felizes do que antes. Eu creio que elas viveram aqueles tempos em que gostavam de ajudar, em que gostavam de ensinar aos outros como andar, em que gostavam de socorrer, mas que não queriam de forma alguma serem ensinadas, serem ajudadas e serem socorridas. Foi preciso que Jesus tocasse em seus corações para que elas caíssem em si e enxergassem a sua realidade e o seu estado. Vale dizer que foi no estado mais baixo que todos nós encontramos Jesus.
Enquanto você estiver no trono, enquanto você estiver no pedestal, enquanto você estiver sadio, enquanto você estiver bem, você não precisa de Jesus; de forma que você só vai precisar dele quando você reconhecer que você não é ninguém; que você é um monte de pó, insignificante, que a sua riqueza não é nada e não vale nada e será corroída pela ferrugem do tempo. Quando você enxergar que você é assim, então você entenderá que precisa ser ajudado para que você possa se salvar da destruição, para que você possa se salvar do inferno que o espera após a morte, para que você possa ter a vida eterna.
É fim de ano. 1998 já se acabou e estamos esperando um novo ano. Gostaríamos que esse ano fosse diferente para você. Gostaríamos de ajudá-lo a encontrar o Caminho, a encontrar a Verdade, a encontrar a Vida. Jesus é o Caminho, e a Verdade e a Vida. Ele mesmo o diz em Jo 14:6. Queremos te dizer que é gostoso ser ajudado. É bom. A pessoa que é ajudada, é amada, é querida, é prezada. E Jesus te ama. Ama de uma forma inexplicável, incomparável. Ele te ama de tal maneira, que oferece a vida dele para resgatar a sua. Nós já nos encontramos com o amor de Jesus. Hoje, Jesus é a pessoa mais importante em nossa vida. Nós vivemos para servi-lo. E por isso estamos falando a você do grande amor que Ele tem por você. Jesus não quer que você pereça. Ele quer que você seja salvo. Ele quer que você tenha a vida eterna. Ele não deseja ter morrido em vão, no que diz respeito a você. Ele não quer morrer apenas por alguns. Ele quer morrer por todos. É por isso, meu companheiro, meu amigo, meu leitor, que eu apelo a você para que abra o seu coração e deixe Jesus entrar em sua vida. Em Ap 3:20 estão escritas as palavras de Jesus, que diz: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo". Reflita no que dissemos e responda à minha pergunta: Você não gostaria de ser ajudado? Você não gostaria de ser socorrido? Você não gostaria de ser salvo por Jesus? Se a sua resposta é sim, abra o seu coração e se manifeste e diga ao mundo e a quem quiser ouvir: eu aceito ser ajudado; eu quero ter Jesus como meu Senhor e Salvador! É só isso que você precisa fazer. O resto, é com Jesus. O resto é com ele. E por ter certeza de que ele dá conta do recado. Ele venceu a morte. Ele foi morto, mas não ficou morto. Ele ressuscitou e foi para o Pai preparar-nos um lugar. E prometeu voltar para nos buscar e nos levar para que onde Ele estiver nós estejamos também. Eu espero que você faça a sua decisão hoje, porque hoje é dia de salvação. Que Deus nos abençoe!
Poxoréo, MT, 16/12/1998
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 05/08/2008