A química da vida
Desde que o homem necessitou alterar os padrões ambientais para assegurar a sua subsistência no planeta, utilizando os conhecimentos adquiridos sobre a química das coisas já criadas, problemas ambientais de toda ordem foram surgindo, alguns dos quais são discutidos em nossos dias, como por exemplo, os transgênicos.
A discussão necessária entre a química e a continuação da vida seria a de ver se existe alguma relação entre as modificações introduzidas no processo reprodutivo das plantas para torná-las mais resistentes às pragas e as novas doenças que existem em nossos dias, tais como as novas formas de câncer, a obesidade, o enfraquecimento dos ossos, entre outras.
Por outro lado também se deve perguntar se é melhor viver com os riscos das modificações genéticas, podendo ser acometido por novas doenças, ou, se, ao contrário, devemos abandonar a química e buscar outras formas de se garantir a subsistência. Adotando a segunda opção, quais seriam as possibilidades alternativas?
Em se tratando da vida na terra, há uma verdade inquestionável: o planeta não tem condições naturais de produzir todos os bens de que necessitam os seres vivos para continuarem existindo. Se por um lado alguns acham que seja condenável o processo de otimização química da produção desses bens para atender a uma quantidade cada vez maior de pessoas, por outro, esses mesmos críticos não têm uma alternativa melhor para atender toda a demanda alimentar da humanidade. Nesse sentido, ampliando as possibilidades de debate havemos de perguntar: se a solução química não serve, isso quer dizer que a solução para a garantia da vida ainda reside nas velhas guerras de extermínio usadas no passado para realizar o controle demográfico, mantendo-o dentro dos limites das potencialidades do planeta? Isso é questionável. A morte não pode ser uma solução para a vida. É obvio que a ciência deve encontrar outras formas mais aceitáveis.
A vida é um bem maior do que a segurança oferecida pela natureza. De acordo com as possibilidades desta, apenas alguns poderiam sobreviver. É de perguntar: quem devem ser esses privilegiados? Devemos adotar a solução darwinista da seleção natural, permitindo que os mais fortes sobrevivam e que os mais fracos sejam eliminados? Essa também é uma solução temerável.
É de ver que a química tem oferecido alternativas de vida e não de morte. Não se tem procurado matar as pessoas, mas garantir que um número maior de espécies possa sobreviver. Além disso, é de observar que a expectativa de vida humana, por exemplo, tem aumentado apesar de estar a química presente em tudo o que usamos e consumimos.
O problema da química não é a morte. O problema talvez seja exatamente o contrário. A química aumenta as possibilidades de vida. Por conta disso, o planeta se enche mais rapidamente. E logo poderemos ter o caos da superpopulação. Nessa linha, o extermínio periódico proporcionado pelas guerras parece ser uma solução bastante plausível. Mas com certeza essa não pode ser a melhor solução. O homem não criou a ciência da evolução para que um dia viesse a concluir que ela não seria capaz de resolver as questões da vida e que, portanto, deve ser abandonada em favor da morte, a qual sim, efetuava o controle no passado e,portanto, de igual forma é competente para continuar mantendo o controle. Mesmo reconhecendo que Maltus estava certo e que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos avança em progressão aritmética, ainda assim, matar não é uma solução para a vida.
O uso da química para aumentar as possibilidades de vida no planeta, nunca foi e nem será um problema para a humanidade. O verdadeiro desafio consiste em descobrir novos mundos, com outros locais e plataformas de subsistência. E nesta busca, com toda a certeza, a química é a grande aliada dos seres vivos.
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 04/10/2008
Alterado em 13/09/2014