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O processo da reconciliação


Introdução. Deus criou o mundo. Criou também o homem. Tudo foi feito com primor. Tudo era perfeito. Tudo era muito bom. Então o mal veio ao mundo e habitou entre nós. Trouxe confusão e perdição. O que era bom se perdeu. Tornou-se mau por natureza. Todavia, o Criador não desistiu de sua obra. Preparou um plano para resgatá-la, promovendo a reconciliação entre Ele e o homem que se deixara seduzir pelo mal. Enviando seu único Filho ao mundo, encarnado na pessoa de Jesus por obra do Espírito Santo, Deus Pai instaurou a instância da reconciliação, tendo como propósito a restauração da convivência entre o Criador e a criatura, bem como entre criaturas e criaturas. Nessa reflexão abordaremos a criação e o tempo em que o homem conviveu no Paraíso, a entrada do mal e a execução da pena de morte pelo crime de desobediência divina e concessão do indulto divino e a reconciliação após a remição de nossas vidas feita por Jesus.

1. A criação e a convivência no Paraíso. Ao terminar a criação do mundo, viu Deus tudo quanto criara e se sentiu satisfeito com o que fizera. Tudo, todas as coisas eram boas. O homem, por exemplo, era muito bom! Estava apto para conquistar e dominar a terra em toda a sua plenitude. Somente um problema foi detectado e imediatamente corrigido. Adotando o princípio da convivência, Deus fizera as coisas aos pares: macho e fêmea imbuídos de um sentimento de reprodução, para que crescessem e se multiplicassem, enchendo a terra. No entanto, o homem se encontrava sozinho. Não formava um par idôneo com ninguém, embora também houvesse sido criado como um ser social, tendo, por conseguinte, necessidade de conviver com outros de sua espécie.
E o Senhor refletiu:
- Não é bom que o homem esteja só...
- Deus faz com que o solitário habite em família...
- Far-lhe-ei uma auxiliadora... Que lhe seja idônea.
Então Deus fez a mulher, osso dos seus ossos, carne de sua carne, tão apta, tanto quanto o seu companheiro para a vida comum. Assim o homem pode aprender, de fato, o que significava a convivência. E, durante um tempo ainda não determinado, ele viveu de forma harmônica e equilibrada, tanto com as demais criaturas, quanto com o próprio Criador. Como o mal ainda não se espalhara pelo Éden, tanto de um lado da balança como do outro o bem reinava absoluto. Isso fazia do mundo que Deus criara para o homem um verdadeiro Paraíso, onde ele podia satisfazer todas as suas necessidades.
O mal não fazia parte da vida do homem. De forma que tudo o que lhe dizia respeito era muito bom!

2. A execução da pena de morte pelo crime de desobediência divina. Então veio a confusão. Eis que surgiu Satanás, resultante de uma conversão do bem no mal. Lúcifer, anjo de grande autoridade no céu extrapola os limites que lhe estavam estabelecidos e transtorna a criação de Deus.
- Houve rebelião no céu.
- Miguel lutou pelo bem.
- Ai da terra... Satanás foi expulso de sua dimensão.
Satanás veio para este mundo e habitou no Jardim do Éden. Em sua mente desequilibrada tinha o propósito de confundir a criação divina para romper a harmonia da convivência aqui estabelecida. E com astúcia conseguiu o seu intento. Despertou a cobiça adormecida em Eva, levando-a a desejar os atributos do conhecimento do bem e do mal, cuja abstenção fora recomendada solenemente por Deus:
- De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerás, porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
- Certamente morrerás, disse Deus.
- Não, não morrerás, disse a serpente à mulher. Deus não quer que vocês comam desse fruto, porque Ele sabe que no dia em que vocês comerem desse fruto, vocês serão tão sábios quanto Ele e conhecerão o bem e o mal.
Que atitude ruim essa de Deus? Como poderia Ele agir dessa maneira com eles? É possível que Eva tenha pensado algo assim porque o seu olhar mudou após essa conversa com Satanás, também conhecido como Diabo e que se encarnara na serpente, por meio da qual falava com ela.
- Vendo a mulher que a arvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, tomou do fruto e comeu. E deu ao seu marido para que comesse também. E ele comeu, desencadeando o processo de execução pena previamente prevista na lei proferida por Deus: “Certamente morrerás”.
Todos os envolvidos foram punidos.
A serpente foi amaldiçoada condenada a rastejar e comer o pó da terra. Foi feita inimiga mortal dos homens.
A mulher foi condenada a ter filhos com dores e a sujeitar-se ao domínio do homem.
Adão foi condenado a obter o sustento com o suor do rosto.
A terra foi amaldiçoada por causa do homem passando a produzir cardos e abrolhos, plantas espinhosas.
E todos perderam o acesso à arvore da vida, ficando condenados à morte física.

3. A concessão do indulto divino e a reconciliação. Deus, no entanto, planejou a salvação do homem. Ali mesmo no Jardim do Éden ele já anunciou o Salvador, quando disse o descendente da mulher haveria de esmagar a cabeça da serpente.
Além disso, ao longo da trajetória humana, Deus tomou diversas providências para evitar a degeneração absoluta do homem, muitas das quais levou à morte de muitos para que servisse de exemplo aos demais.
A destruição da criação durante o dilúvio foi, sem dúvida, o momento mais doloroso de todas as etapas. O próprio Deus viu que essas soluções pouco adiantariam, visto que a natureza do homem se modificara e, desde o seu nascimento, o homem já possuía um desígnio para a prática do mal. Assim Ele prometeu a si mesmo:
- Não tornarei a destruir o mundo por causa do homem.
Uma nova destruição haverá, mas será no sentido de purificar. Através do fogo, Deus fará juízo na terra, restaurando-a de tal modo que será considerada como uma nova terra. Juntamente com ela, também os céus serão restaurados.
A natureza aguarda com ansiedade esse momento de restauração. Quando isso acontecer, habitaremos em um novo céu e em uma nova terra.
Antes de tudo isso, porém, deve acontecer restauração do homem. Esse processo já está em curso há mais de dois mil anos.
- Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
- Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, quando nós ainda éramos pecadores.
Jesus veio ao mundo para nos resgatar para Deus. Ele deu a Sua vida em nosso favor, entregando-se nas mãos dos homens ímpios para ser sacrificado para que pudéssemos pela sua morte, receber a vida eterna.
- Quem crê no Filho tem a vida eterna.
- Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Jesus cumpriu o plano previamente traçado pela Santíssima Trindade antes da fundação do mundo.
- E o verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Ele aceitou voluntariamente e cumpriu a missão que lhe fora confiada pelo Pai. Sendo Deus, não considerou como indignidade sofrer como homem para nos resgatar. Ele, tendo em vista as alegrias que lhe estavam reservadas quando nos tivesse em Sua companhia, suportou com resignação e alegria a cruz à qual foi submetido.
Então a morte foi vencida. Jesus morreu, mas ressuscitou ao terceiro dia e hoje está junto de Deus intercedendo por cada um de nós em todas as vezes que nós erramos.
- Filhinhos, estas coisas vos escrevi para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.
Hoje temos o ministério da reconciliação e nossa salvação pode se tornar uma realidade. O homem pode voltar a ter a esperança de voltar ao Paraíso e à companhia de Deus.
- Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, credes também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e preparar o lugar, voltarei outra vez para vos levar para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.

Conclusão. Todos podem ter esperança. O Paraíso será restaurado e o homem nele reintegrada para toda a eternidade. Essa foi a missão de Jesus. Ele veio ao mundo para trazer a salvação a todo aquele que crer e o receber. Deus nos criou para estar para sempre ao Seu lado como no princípio, quando tudo era muito bom.
- A todos quantos creram em seu nome e o receberam, Deus Pai lhes deu o poder de serem feitos filhos de Deus.
- Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo em forma de homem. Ele executou o plano divino para a nossa salvação. Em breve Ele voltará para cumprir a Sua última promessa de nos levar para o Céu.
- Hoje estarás comigo no Paraíso, disse Ele.
- Volta logo, Senhor.
- Maranata! Ora vem, Jesus!

Bibliografia
Gn 2 e 3 (a criação, a queda, a condenação); Ap 12:7 (Miguel); Ap 12:12 (A vinda de Satanás para a terra); 2 Co 5:18-19 (A reconciliação); Jo 1:11-14; 3:16 (A vinda de Jesus); Jo 3:36 (A vida eterna); Sl 68:6 (A família do solitário); Jo 14: 1-4; Ap 22:20 (A segunda vinda de Jesus); 2 Co 6:2; Rm 10:9-10; At 16:30-31 (A salvação).,
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 30/08/2009
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