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O princípio da misericórdia
A Bíblia traz um conjunto harmonioso de princípios que orientam o crente para um viver de acordo com os planos de Deus (2 Pe 1:20 [interpretação única]; Mt 22:29 [origem do erro]; 2 Tm 3:16 [total inspiração]). Mas, dentre todos os princípios, o da misericórdia sobressai sobre os demais. Ele aponta para a vontade primeira de Deus (Os 6:6; Mt  9:13; 12:7).
Deus sabia que o homem iria desobedecê-lo e iria pecar contra ele e que teria de castigá-lo pela sua desobediência, mas em nenhum momento o Senhor deixou de se preocupar com a vida do homem que criara. Ele ainda estava no Éden quando o Senhor, na sentença que profere contra a serpente, faz a promessa do Salvador, nos versículos do proto-evangelho (Gn 3:14-15). Satanás não venceria essa guerra, porque o Descendente da mulher haveria de esmagar-lhe a cabeça.
Isso é misericórdia, a vontade de perdoar, independente de o culpado merecer ou não. Ser misericordioso é um dos atributos supremos de Deus. Foi esse sentimento tão imenso que fez com que Ele nos desse o seu único Filho para ser sacrificado em nosso lugar, para que pudéssemos ter quitada a nossa dívida de ingratidão, desobediência e pecados contra Ele (Jo 3:16; Rm 5:8).
A Bíblia narra diversas incursões dos hebreus contra Amaleque e seus descendentes. E a principal razão dessa briga memorial é a falta do sentimento de misericórdia por parte dos amalequitas, quando atacaram Israel em seus momentos de maior dificuldade, durante sua viagem do Egito para a Palestina, sob a liderança de Moisés e Josué (Ex 17:8-16; Dt 25:17-19). A atitude amalequita foi covarde, traiçoeira e, por isso, detestável.
O fraco deve ser socorrido sempre, não importa quem ele seja. É didática a lição de Jesus na parábola do samaritano (Lc 10:25-37). O amor ao próximo se caracteriza pelo exercício da misericórdia ao que dela necessita.
Deus aprecia a misericórdia. Jesus disse que até um copo de água fria que alguém der a um de seus discípulos não será ignorado e será motivo para que lhe seja dada uma recompensa.
Nós somos egoístas e vingadores por natureza. Não devemos nos envolver com essas questões. Diz a Bíblia que ao Senhor pertence a vingança (Sl 94:1; Hb 10:30). De nossa parte devemos ser generosos e misericordiosos, porque esse é o espírito que deve habitar em nós (Lc 6:27).
Quando os discípulos queriam destruir a aldeia de samaritanos que não lhes dera pouso, Jesus os censurou duramente (Lc 9:51-56). Estamos no tempo da salvação, da misericórdia e do perdão (2 Co 6:2).
O juízo virá. Mas, com certeza o sentimento que deve arder em nossos corações não deve ser o de julgar e condenar, mas o de perdoar (Mt 26:52; Lc 6:37; 1 Co 4:5).
Para concluir essa reflexão, nada melhor do que a parábola dos trabalhadores na vinha (Mt 20:1-16). Nós não apenas somos maus, como disse Jesus (Mt 7:11), mas ainda queremos que os outros sejam como nós. Não toleramos os que são bons. Essa é uma das atitudes que Jesus mais condena. Ele diz: “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?” (Mt 20:15). “Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Ex 33:19).
Que esse seja o mesmo sentimento que haja em nossos corações (Fp 2:1-5).
Jesus é o nosso exemplo. Não nos esqueçamos que Ele deu a sua vida para resgatar a nossa, quando nós andávamos em completa desobediência à Sua Palavra.
Isso é amor sem medida. Isso é graça. Esse é o princípio da misericórdia.
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 01/05/2011
Alterado em 13/09/2014
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