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Sempre é tempo de perdoar e fazer as pazes

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete, Mateus 18:21-22.
É fim de ano. E, embora todo tempo seja tempo de perdoar, parece-nos que quando associamos o perdão à palavra fim, essa prática costuma se apresentar como necessária.
O moribundo, a beira da morte, chama a pessoa que ofendeu e pede-lhe perdão, dizendo que não poderá morrer em paz se não for perdoado do mal que fez.
E ainda que isso pareça um tanto artificial, há aqui uma verdade fundamental: o perdão traz a paz.
Desde que o pecado fez sua primeira vítima nesse mundo, ele contaminou o homem, a mulher, os animais e até a Terra a uma vida de sofrimento, de desespero e de morte.
A Bíblia diz que “um abismo chama outro abismo” (Sl 42:7). E é exatamente isso que acontece. No afã de encobrir um erro, costumamos praticar novos erros, que exigem novas ações erradas para serem encobertos, de tal sorte que isso vira uma bola de neve, a qual somente se dissolverá com dois conjuntos de atitudes: primeiro, tomar consciência do mal que fizemos, arrepender-nos e implorando aos ofendidos, legítimos pedidos de perdão, capazes de comovê-los a nos perdoar; e, segundo, envidar todos os esforços, enquanto vivermos, no sentido de reparar os danos que causamos, ou no mínimo, esforçar para diminuir as dores e sofrimentos que provocamos.
Isso não é tarefa pequena. Os dois grupos de atitudes são difíceis. É por isso que a maioria das pessoas morre com seus delitos e pecados não resolvidos.
O homem natural é arrogante, egoísta, orgulhoso e altivo. Dificilmente dá o braço a torcer, assumindo a responsabilidade do que fez. Ele acha muito difícil fazer o ato de penitência, reconhecendo sua culpa pelos erros cometidos. Tal assunção exige humildade e poucos conseguem se humilhar diante de outrem.
A Bíblia fala de reis que se humilharam diante do povo, vestindo-se em pano de saco e cobrindo-se de cinzas para obter o perdão divino por seus erros. Um dos maiores exemplos disso é o que aconteceu na antiga cidade assíria de Nínive, onde atualmente é solo iraquiano, quando o profeta Jonas foi anunciar-lhes que o fim chegara para aquela cidade, porque sua malícia havia chegado até os céus. O texto diz que os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor. E o rei da cidade, ouvindo isso, levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza.  E baixou um Decreto determinando que nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provassem coisa alguma, nem se lhes dessem alimentos, nem água; Mas que os homens e os animais fossem cobertos de sacos, e clamassem fortemente a Deus, e se convertesse cada um do seu mau caminho, e da violência que havia em suas mãos, para ver se, quem sabe, Deus voltasse atrás, e se arrependesse de sua decisão, e apartasse deles o furor da sua ira.
É esse tipo de atitude que pode mover o outro a perdoar.
É de ver que nessa questão do perdão, Deus aplica o princípio da reciprocidade. Podemos citar, dentre outras, duas situações em que o relato bíblico deixa isso bem claro. O primeiro, na oração que Jesus ensinou aos seus discípulos. O pedido de perdão ao Pai é condicionado à forma como nós perdoamos aos nossos devedores, Mateus 6:12. E o segundo, está registrado em Mateus 18, quando um rei toma as contas de seus servos, perdoando uma grande dívida de certo homem, e depois voltando atrás, porque aquele que fora perdoado por ele, não foi capaz de perdoar um que lhe devia muito menos. A conclusão do texto diz o seguinte: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia. E Jesus conclui sua mensagem, dizendo: Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”.
Meus queridos.... Não basta pedir perdão. O pedido tem que ser sincero, revestir-se arrependimento e resultar em atos de reciprocidade com relação às demais pessoas. Se não formos capazes de perdoar àqueles que nos têm ofendido, igualmente, Deus também não nos perdoará.
Vamos pensar no sacrifício de Jesus. Seria realmente necessário que ele sofresse e morresse para que nossos pecados fossem perdoados. Não bastaria que Ele, em nosso nome, pedisse perdão ao Pai? E a resposta é não.
A pena é uma consequência da lei. E a lei de Deus fora dita em relação à infração à sua obediência, lá no início do mundo quando Deus deu ordem para que Adão não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Naquela mesma lei, ele determinou a sanção, a penalidade que a desobediência acarretaria: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”. A morte é a pena para aquele que praticou o pecado. Isso nos foi confirmado através do apóstolo Paulo, quando ele escreveu: “O salário do pecado é a morte”, Romanos 6:23. E antes dele, o profeta Ezequiel registra em 18:4 de seu livro: “A alma que pecar, essa morrerá”.
A lei de Deus determinava a morte do pecador. E lei não é acessório, que pode ser descartável. Lei é para ser cumprida por todos, inclusive pelo seu autor. Portanto, pelos pecados da humanidade teria que haver derramamento de sangue, morte. Mas como nenhum homem seria capaz de vencer a morte, foi preciso que o próprio Deus cumprisse a pena por Ele estabelecida, fazendo isso por meio do Deus Unigênito, Jesus, o qual se fez carne e habitou entre nós, João 1:14. E ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; e o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e foi pelas suas pisaduras, que fomos sarados, Isaías 53:5.
Portanto, meus queridos... Com toda certeza esse é o momento oportuno para que cada um de nós caia em si, reconheça os seus pecados, se arrependa deles, clame o perdão a Deus, aceite o sacrifício substitutivo de Jesus em nosso lugar e, voluntariamente, torne-se servo dele, dedicando todo o resto de sua vida a fazer a vontade dele, como prova de seu verdadeiro arrependimento.
Esse é momento, porque nesse momento, a ideia do FIM está bem nítida em nossa mente. As coisas acabam. O dia termina, a hora passa, o ano termina, o fim da oportunidade chegará. Eis o que Jesus pregou e mandou pregar por todo o mundo, a todas as criaturas: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho”, Marcos 1:15.
É fim de ano. É fim de era. É fim dos tempos. A oportunidade hoje está batendo em suas portas, alertando-o para esse que, sem dúvida alguma, é o passo mais importante e a decisão mais séria que cada um de nós deve tomar. Portanto, meu querido, essa é a mensagem do atalaia de Deus para você. A Palavra está pertinho de ti. Abra seu coração, permita que o Senhor entre em sua casa e faça morada em ti. Humilhe-se diante de Deus, perdoe qualquer coisa de ruim que alguém tenha feito contra você, peça e obtenha o perdão de seus pecados. Salve-se do juízo que virá. Posso te dizer, com toda a verdade, que Deus não tem prazer na morte de ninguém e seu desejo é que todos se arrependam; que eu e você reconheçamos os nossos erros para com Ele, e aceitemos a sua solução para que possamos novamente viver em paz com Ele e com todos os homens.
Que Deus nos abençoe, estenda sobre nós a sua misericórdia e nos dê a vida eterna. Amém!
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 24/12/2014
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