O sangue e a vida
O sangue é vida. Deuteronômio 12:23
O sangue é de Deus. É o combustível da vida. Enquanto fluir através do corpo, a vida estará presente nele. Se por alguma forma, começar a esvair, assim também acontecerá com a vida. Sangue e vida são benesses divinas. Dádivas de um Deus que ama acima de tudo a sua criação. Ambos estão relacionados e não é possível separá-los. Não há sangue, se não houver vida e não há vida, se não houver sangue.
Os cristãos vivem por meio do sangue.
Assim disse Jesus: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. João 6:54, 56.
Nós vivemos pelo sangue. Somos pregadores da vida que surge a partir do sangue de Jesus, que Ele ofereceu para que nós pudéssemos viver para sempre.
Isso é simbólico, mas tem um grande significado real, o qual é a mola que impulsiona a Igreja que Jesus vem edificando ao longo dos últimos séculos.
Se a nossa vida não for movida pelo sangue de Jesus, a nossa jornada não é bendita, porque para sermos dele, todos nós também precisamos andar no mesmo espírito que Ele andou. Devemos estar dispostos a fazer para outras pessoas, o mesmo que Ele fez por nós. Assim Ele ordenou:
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. João 13:34
Não adianta dizermos que “sentimos muito” o drama vivido por alguém. Se não estivermos dispostos a fazer alguma coisa para ajudar a resolver a situação dessa pessoa, não somos diferentes dos escribas e fariseus do tempo de Jesus e que Ele chamava de hipócritas, porque mandavam os outros fazer, mas eles mesmos nada faziam.
Ai de vós também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas difíceis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais essas cargas. Lucas 11:46.
É fato que Jesus deu o seu sangue para nos remir de nossa dívida pecaminosa de morte para com Deus Pai. Ele quis morrer por nós. Ainda que pareça o contrário, que Ele fora preso, julgado e condenado à morte e não pode fazer nada; ainda que o ladrão questionasse o seu poder para salvar-se da cruz; ainda que o próprio Jesus tenha dito: Pai, por que me abandonastes? E ainda que tenhamos quaisquer outros argumentos para tentar diminuir o que Jesus fez por nós, a verdade é uma só: Jesus quis dar a sua vida para resgatar a nossa.
É de recordar aqui o que Jesus disse a Pedro quando este puxou da espada e cortou a orelha de Malco, o servo do sumo sacerdote que comandara a sua prisão no Jardim do Getsêmani:
Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Mateus 26:51-53.
Jesus tinha como se defender da morte, se quisesse. Mas Ele não queria se livrar da morte, pois viera exatamente com esse propósito, de oferecer e efetivamente dar a sua vida e o seu sangue por nós. Assim Ele disse:
Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. João 10:17,18.
A Bíblia nos mostra que Deus conjuga dois princípios em algumas de suas ações. Em primeiro, o princípio da misericórdia, quando externa a sua bondade e o seu amor por sua obra, por sua criação. Deus ama o que fez e zela para que não se perca. Ele está pronto a fazer sacrifícios para salvar a sua criação.
Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16.
Então Deus age misericordiosamente conosco. Ele vem ao mundo na forma humana e se submete aos homens pecadores, aceitando ser castigado em nosso lugar por conta de nossos pecados. Isso é misericórdia extrema! A Bíblia diz que por um justo, pode até ser que alguém esteja disposto a sofrer, mas não por injustos, como Deus fez. Isso é amor sem limites, sem parâmetro de comparação.
E o que Deus espera de nós senão que também amemos ao nosso próximo e que sejamos misericordiosos com ele. Deus espera que apliquemos o princípio da reciprocidade. Se recebemos, então que também possamos dar.
Jesus ensinou os princípios da oração para os seus discípulos e esse é um dos princípios. Ele disse que ao pedirmos perdão a Deus devemos fazer esse pedido fundamentado na nossa capacidade de perdoar.
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; Mateus 6:12.
Ele fez por nós, meus queridos. E o que Ele deseja é simplesmente que nós também sejamos prontos a fazer pelos nossos semelhantes que precisarem de nós. Jesus deu a sua vida e o seu sangue por nós. E o que nós estamos fazendo nesse sentido em relação ao nosso próximo?
Meus queridos... Pessoas estão morrendo todos os dias e isso parece que não nos incomoda muito, porque nem sequer tomamos conhecimento. A impressão que passamos é que nós somos imunes a todo e qualquer mal e que nada vai nos acontecer, que é somente os outros que irão adoecer e morrer por falta da misericórdia de alguém.
Mas não é assim... Todos nós estamos no mundo com a missão de ser úteis aos demais. Os servos inúteis gozarão a sua vida, indiferente a tudo e a todos e ao fim de sua existência terão o destino que escolheram: o inferno.
Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 25:30.
O céu não é um lugar para pessoas indiferentes. O céu é um lugar para quem sabe amar, para quem se preocupa com os outros, para quem se incomoda e faz alguma coisa.
O espírito de Cristo tem o ânimo de amar, compreender, perdoar, fazer, doar... E dentre nós, os homens, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Romanos 8:9.
Doar sangue é um ato de amor. Ninguém morre porque doa sangue ou porque faz qualquer outra doação. Mas morre por não doar-se, por ser indiferente e por não se incomodar. Muitos são os que jogam fora o que sobra, mas não dá para ninguém. Que espírito é esse? Com certeza não é o Espírito de Cristo?
Ninguém está dizendo que devemos doar o nosso sangue até a última gota, ou que devamos morrer para salvar a vida de outra pessoa. Nós podemos fazer isso se quisermos, mas Deus não está pedindo isso de nós.
“O meu fardo é leve”, diz Jesus. O Senhor jamais iria pedir-nos algo que não tivéssemos condições de fazer. Tornar-se um doador, seja de sangue, seja de órgãos, seja de comida, seja de roupa, seja de qualquer outra coisa é um ato grandioso.
Hoje tem alguém sofrendo e essa pessoa não é nós. Mas amanhã, essa pessoa poderá ser um de nós. O que Jesus disse a Pedro: Embainha a tua espada...
Devemos embainhar de vez a espada do ódio, do preconceito, da indiferença, do menosprezo, do pouco caso, do desamor e de outras coisas semelhantes a essas? Sim, meus irmãos, todo o dia Jesus está batendo em nossa porta e dizendo-nos: MISERICÓRDIA QUERO E NÃO SACRIFÍCIO!
Façamos doações! Ainda que seja pequena. O que importa não é o tamanho da doação e, sim, o sentimento de preocupação, de querer ajudar, de querer estender a mão e de querer amar. O amor não tem limites.
Qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. Mateus10:42.
É de observar que Deus nos fez de tal forma que em nossas veias correm rios de sangue, que se renovam. Quando doamos quinhentos mililitros de nosso sangue, nosso organismo inicia uma reposição imediata. Segundo informação da Fundação Pro-Sangue do Hemocentro de São Paulo:
A reposição do volume de plasma ocorre em 24 horas e a dos glóbulos vermelhos em 4 semanas. Entretanto, para o organismo atingir o mesmo nível de estoque de ferro que apresentava antes da doação, são necessárias 8 semanas para os homens e 12 semanas para as mulheres. Esses são os intervalos mínimos entre as duas doações de sangue.
A aceitação de uma pessoa como doadora de sangue somente é feita quando essa preenche os requisitos de segurança. O que se pretende com a doação é salvar vidas e não tirá-las. Não se deseja tirar uma vida para salvar outra.
Os Bancos de Sangue seguem normas rigorosas, nacionais e internacionais, como as do Ministério da Saúde, Associação Americana e Conselho Europeu de Bancos de Sangue. O alto rigor no cumprimento dessas normas visa oferecer segurança e proteção ao receptor e ao doador.
Dentre os requisitos básicos requeridos do doador, sem prejuízo de outros, destacam-se os seguintes:
• Estar em boas condições de saúde.
• Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos.
• Pesar no mínimo 50kg.
• Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
• Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).
• Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).
Além dessas informações, a pessoa interessada em doar sangue poderá informar outras coisas que ela própria entender prejudicial. Afinal, o que se pretende com a doação é ajudar e não prejudicar.
Nesse sentido, não deve doar sangue, enquanto durar o impedimento temporário, a pessoa que estiver:
• Resfriada: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas.
• Grávida.
• No período de 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.
• Amamentando (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).
• Ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
• Feito tatuagem nos últimos 12 meses.
• Em situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.
• Vivendo e viajado pelo Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins, que são estados onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses.
Não poderão doar sangue de forma alguma, aquelas pessoas que tiverem os seguintes impedimentos definitivos:
• Hepatite, salvo nos casos em que, devidamente examinada, a triagem conclua pelo não impedimento.
• Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
• Uso de drogas ilícitas injetáveis.
• Malária.
A honestidade do doador é muito importante. A Honestidade também salva vidas. Ao doar sangue, seja sincero na entrevista.
Respeite os intervalos para doação:
• Homens - 60 dias (máximo de 04 doações nos últimos 12 meses).
• Mulheres - 90 dias (máximo de 03 doações nos últimos 12 meses).
As informações sobre a doação de sangue referida nessa mensagem são públicas, estando disponibilizadas no seguinte endereço eletrônico:
http://www.prosangue.sp.gov.br/artigos/requisitos_basicos_para_doacao
Além de tudo o que destacamos, outras informações poderão ser obtidas ali pela pessoa interessada. O mais importante em tudo isso é a disposição de cada um para participar desse ato de amor pelo próximo.
Existem pessoas que são contra a doação de sangue. Não estamos julgando. Ninguém é obrigado a doar qualquer coisa. A doação é um ato de voluntariedade e de amor. Todavia, não estamos dizendo que aquele que não faz doações não seja alguém que não ama ou que seja incapaz de amar. De modo algum. A nossa mensagem se dirige àqueles que forem aptos para assimilá-la, compreendê-la e aceitá-la. Não temos a pretensão de discutir o assunto, mas apenas o propósito de estimular uma prática que acreditamos ser benéfica para todos. Respeitamos o pensamento daqueles que pensarem diferente de nós. Somos gente de paz.
Que Deus abençoe a todos os que acompanharam essa mensagem. Amém!
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 02/05/2015