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Sementes de Solidariedade
Muitos dirão que estamos tendo ou que tivemos um ano difícil. Outros dirão o contrário. Todos podem estar certos, ou não! Já aprendemos em Física que isso ou aquilo depende do ponto de referência. Interessante propaganda do Banco Itaú, em 2016, traz a seguinte mensagem: “o segredo do tempo não está nas horas que passam; está nos momentos que ficam, porque são eles que vão contar a sua história”. Com certeza, todos já tivemos muitos problemas e muitas preocupações, mas não devemos vamos fazer culto aos problemas que já tivemos, porque o que importa mesmo são as soluções que ficaram, às quais jamais devemos esquecer.
Comecei 2016 enfrentando e vencendo o desafio de realizar uma segunda cirurgia neurológica em Ricardo, e estou terminando o ano cantando um hino de vitória, pela campanha bem sucedida, em prol da realização de uma cirurgia renal em Kárita. Muitos de meus amigos e familiares compartilharam comigo as angústias, mas, principalmente, as alegrias decorrentes desses dois momentos que tiveram grande destaque para nós. Mas haveremos de esquecer logo esses problemas, se Deus quiser. A vida continua. E há tanta coisa boa que deverá acontecer em nossas vidas, que não vale a pena ficar remoendo as dores que esperamos não sofrer de novo. Agora, a forma como esses problemas foram resolvidos, isso, sim! Vale a pena lembrar de novo e sempre. De novo e sempre! E sempre!
Quem é Ricardo e quem é Kárita, isso, com certeza é o que menos importa no contexto dessa mensagem, para a qual eles são apenas dois nomes que protagonizam a nossa história, que não é singular, haja vista as tantas e tantas que outros poderão contar e que guardam muitas semelhanças. É de destacar que, nas duas situações que registramos o que vai ficar em nossa memória é a história de amor, de bondade, de misericórdia e de solidariedade que tantos tiveram ao estenderem suas mãos para eles, sem mesmo saber quem eram esses dois meninos. Uns fizeram porque eram seus afins. Outros, porque eram amigos desses afins. E outros porque souberam da necessidade e quiseram ajudar. Jesus disse em seu sermão do monte, o seguinte: Quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Mateus 6:3.
O mais importante em um ato de amor não é o nome da pessoa, mas a ação que está sendo realizada. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo. Lucas 6:38.
Quem conhece o amanhã? Quem sabe como será o seu futuro? O nosso tempo de vida deve ser o tempo da construção de alianças, de apoios, de parcerias. Hoje é alguém, mas amanhã você poderá ser esse alguém. O sábio escritor do Eclesiastes diz assim: Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. Eclesiastes 11:1, 2.
Quando a gente faz pelo outro, na verdade é como se estivéssemos plantando sementes de solidariedade que, mais cedo ou mais tarde vão germinar e produzir frutos para nós saciarmos as nossas necessidades. Certa vez fizeram uma pergunta muito interessante a Jesus, mas ainda mais interessante foi a resposta que Ele deu. Essa é a história:
Eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira. Lucas 10:25-37.
Todos nós entendemos que os outros precisam ser sensibilizados com relação aos nossos problemas, mas nem sempre nós nos preocupamos com os problemas dos outros. E quando não somos socorridos, nós falamos muito sobre a falta de amor que há no mundo, mas não achamos demais quando fechamos a mão aos pedidos de outros e quando dizemos à meia-boca ou de boca cheia mesmo que não temos condições de ajudar, que já estamos sobrecarregados de problemas e que nós mesmos é que estamos precisando de socorro. Normalmente, nessas circunstâncias é costume ouvirmos do outro dizer que vai orar por nós ou por quem nós estamos pedindo ajuda. Isso nem sempre resolve, porque Deus não faz aquilo que nós podemos fazer, mas, certamente, durante nossas orações, Ele poderá mover os nossos corações endurecidos para que possamos ter compaixão de quem está nos pedindo ajuda. Tiago escreve algo com relação a isso, da seguinte forma:
Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo. Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Tiago 2:12-17.
Às vezes nós pensamos que para ajudar alguém é preciso ter muito e a ajuda tem que ser de grande monta. Na verdade, temos que entender isso um pouco melhor. O primeiro quesito para ajudar é o querer. Assim diz Paulo: Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. 2 Coríntios 9:7.
Vejamos essa história:
Certa vez, no Templo, “estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento”. Marcos 12:41-44.
Que atitude maravilhosa a dessa pobre viúva! Quantas vezes nós dizemos não, não tenho, não temos, não posso àquele que nos pede ajuda. Outras tantas nós lembramos ao pedinte que já estamos ajudando outras pessoas... Meus queridos! Eu quero dizer que a desculpa é o que menos interessa nessa mensagem, porque eu acredito que se quisermos, sempre poderemos ajudar. Doar muito ou pouco é outra história. O importante é não sermos totalmente insensíveis. Tem muita gente que acha que a melhor maneira dele ajudar é pedindo a outras pessoas para ajudarem. Não deixa de ser uma ajuda importante, mas quem pede aos outros para fazerem alguma coisa, deve começar dando o exemplo e fazendo o mesmo. Duas moedas ou dois mil? Isso fará pouca diferença! Toda ajuda sempre será válida. Mas o que fará diferença será a atitude de cada um. Deus ama ao que dá com alegria e todos os que recebem, alegremente agradecem.
Essa é a mensagem que Deus colocou em meu coração no dia de hoje. Meu desejo ao fazê-la é que cada palavra dita e cada letra escrita sejam como sementes plantadas em seu coração e em sua mente. E que essas sementes venham germinar em atitudes de solidariedade de todos nós para com todos os demais.
Que Deus nos abençoe e nos dê um campo fértil e produtivo ao longo de nossos dias de vida. Amém!
Prof Izaias Resplandes
Enviado por Prof Izaias Resplandes em 31/12/2016
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